Os Instrumentos Musicais no Culto Público de Deus
Brian Schwertley
com um apêndice: Adoração Presbiteriana: Antiga e Nova por Kevin Reed
INTRODUÇÃO
Deus, que é infinito e eterno, quem criou os céus e a terra, pode apenas
ser abordado em Seus próprios termos. Isto é verdade na salvação assim como na
adoração. Deus redimiu um povo de uma humanidade decaída para servir,
cultuar e adorá-Lo. Deus tem tomado a iniciativa e salvado um povo morto em
seus delitos e pecados por meio da morte sacrificial e vida imaculada de Jesus
Cristo. Cristãos professos reconhecem que o único meio para serem salvos é por
meio de Jesus Cristo.2 Eles rejeitam a noção de que há muitos caminhos que
levam a Deus. Mas, quando se chega ao culto de Deus, a maioria dos Cristãos
professos acredita que podem fazer quase qualquer coisa que lhes agradem
contanto que não seja clamorosamente pecaminoso. O propósito deste livro é
provar pela Escritura que Deus estabeleceu um princípio com respeito ao culto
que completamente elimina a autonomia humana do culto. Deus não deixou o
culto aos caprichos do homem. Deus, que é o objeto da adoração, diz ao Seu
povo como cultuar. Uma vez que o princípio regulador do culto tenha sido
estabelecido por meio da Escritura, tornaremos a nossa atenção para o uso dos
instrumentos musicais no culto público.
O PRINCÍPIO REGULADOR DO CULTO
Antes de examinarmos o caos das práticas cúlticas correntes e o princípio
regulador do culto de Deus,3 precisamos primeiro definir culto. “Culto religioso é
aquele pelo qual adereçamo-nos a Deus, como um Deus de infinita perfeição;
1 Traduzido por Tiago Canuto Baia. O texto original e completo pode ser lido em:
http://reformedonline.com/view/reformedonline/music.htm
2 “O culto é o desenvolver natural da salvação, a resposta inevitável e necessária do pecador à graça de Deus.
Porém, se não temos nada a acrescentar a nossa salvação soberanamente concedida por Deus, é razoável que
devamos ter algo a acrescentar ao culto prescrito para nós na Escritura? Uma mistura de esforço humano à
salvação é salvação por obras (Ef. 2:8-10; Rm. 11:6). Uma mistura de prescrição humana ao culto de Deus é
‘culto de si mesmo’ (Cl. 2:20-23). Ambos são condenados por Deus nos termos mais fortes, e mesmo assim a
história da raça humana não poderia ser mais bem caracterizada do que um zelo imoderado por estas coisas”
(Michael Bushell, The Songs of Zion: The Contemporary Case for Exclusive Psalmody [Pittsburgh: Crown
and Covenant Publications, 1977], p. 120).
3 A primeira seção deste livro é expandido de outra obra deste autor: The Regulative Principle of Worship and
Christimas (Southfield, MI: Reformed Witness, 1995).
professamos uma inteira sujeição e devoção a Ele como o nosso Deus; colocamos
nossa confiança Nele para o suprimento de todas as nossas necessidades; e
atribuímos a Ele aquele louvor e glória que Lhe é devido, como nosso principal
bem, o mais abundante benfeitor, e o nosso único quinhão e felicidade”.4
O PRINCÍPIO REGULADOR E OS INSTRUMENTOS MUSICAIS NO CULTO
PÚBLICO
Agora que a base escriturística do princípio regulador do culto foi
estabelecida claramente, vamos analisar uma prática cúltica comum hoje e ver
se tem autorização (base) bíblica. Lembre-se, não é suficiente que uma prática
não seja proibida pela Escritura. Deve haver uma sanção (i. e., prova bíblica)
para toda prática de adoração na igreja.
O uso de instrumentos musicais no culto público hoje é quase universal.
Pianos e órgãos têm sido usados por gerações para preparar o estado de espírito
“adequado” durante o serviço de adoração e têm sido usados para acompanhar
os cânticos de hinos. Hoje muitas igrejas têm adotado o uso de bandas
completas, com guitarras eletrônicas, baixos, órgãos, cornetas e baterias. Bandas
de rock, pop e estilos sertanejos são usadas como ferramentas de crescimento de
igrejas. Livros de crescimento de igreja argumentam que ter uma boa banda com
música ritmada e cânticos de adoração atrairão visitantes e proporcionarão
pessoas a voltarem. Embora instrumentos musicais sejam ferramentas poderosas
no arsenal de manipulação emocional, será que a Palavra de Deus autoriza o seu
uso em culto público na era da Nova Aliança? Um estudo do uso de instrumentos
musicais na Bíblia revela que o uso de instrumentos musicais está conectado com
4 Thomas Ridgely, Commentary on the Larger Catechism (Edmonton, AB, Canada: Still Waters Revival
Books, 1993 [1855]), Vol. 2, p. 329. “Por adoração, é entendido algum tributo pago pela criatura racional a
Deus como o Grande e Soberano Criador e Senhor, seja ele imediatamente e diretamente pago e apresentado a
Ele, como oração e louvor, ou por Ele e ao Seu comando e para a Sua honra, como pregação, ouvir da
pregação, e o recebimento dos sacramentos, que são adoração quando corretamente realizados. Em uma
palavra, chamamos isto adoração, mais estritamente e apropriadamente, que é um dever da primeira tábua, e
vem como mandamento nela para a honra de Deus, e não para o nosso próprio proveito ou de outra pessoa,
que embora ordenado na segunda tábua, não pode ser apropriadamente chamado de adoração, muito menos de
adoração imediata. Assim, ensinar aos outros os deveres da piedade pode ser adoração, quando ensinar os
deveres de qualquer outro chamado ordinário não o é” (James Durham, The Fourth Commandment (Dallas,
TX: Naphtali Press, 1989 [1653]), p. 10).
o sistema sacrificial e é um aspecto da Lei Cerimonial. Um breve exame do uso
de instrumentos musicais na Bíblia provará esta afirmação.
1. A Invenção da Música
Adão e Eva, que adoraram a Deus antes da queda, usaram apenas suas
vozes em louvor a Jeová. Esta afirmação é provada pelo fato de que instrumentos
musicais não foram inventados até oito gerações. “Ada deu a luz a Jabal: este foi
o pai dos que habitam em tendas e possuem gados. O nome de seu irmão era
Jubal: este foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta” (Gen. 4: 20-21).
“Jubal foi o ‘pai’ de todos que tocam harpa e flauta. Sem levar em conta que
estes instrumentos eram ainda muito primitivos. Entretanto, estes instrumentos
foram refinados grandemente mais tarde. Jubal foi o primeiro a empregar
instrumentos musicais com o fim de produzir música”.72 Deus registra que a
linhagem caída de Caim tomou iniciativa no desenvolvimento da cultura: Jabal:
agricultura; Jubal: música; Tubal-Caim: metalúrgica73.
2. Prazer Pessoal
Existem exemplos na Bíblia de instrumentos musicais sendo usados com o
propósito de prazer pessoal ou entretenimento. Depois de Labão ter alcançado
Jacó, o qual tinha fugido a noite, ele disse, “Por que fugistes ocultamente, e me
lograste, e nada me fizestes saber, para que eu te despedisse com alegria, e com
cânticos, e com tamboril e harpa?” (Gn. 31: 27). Jó refere-se ao uso de música
para o propósito de entretenimento familiar: “Deixam correr suas crianças como
a um rebanho, e seus filhos saltam de alegria; cantam com tamborim e harpa e
alegram-se ao som da flauta” (Jó 21: 11-12). Música também foi usada para
acompanhar banquetes com bebidas e festas, muito parecido com hoje em dia.
72 G. C. Aelers. Bible Students’ Commentary: Genesis (Grand Rapids: Zondervan, 1981) Vol. 1, p. 131.
73 O fato que estes desenvolvimentos foram feitos por uma linhagem pervertida, não deve de forma alguma
refletir negativamente sobre este desenvolvimento cultural. Descrentes, freqüentemente destacam-se no
desenvolvimento da cultura (artes, medicina, tecnologia, etc). Como um pós-milenista, o autor acredita que
cristãos herdarão as conquistas terrenas e então as usarão para a glória de Deus.
“A harpa e lira, tamboris e flautas e vinhos há nos seus banquetes” (Is. 5: 12; cf.
24: 8-9; Amós: 6: 5-6). Estes exemplos obviamente não se referem ao culto
público.
3. Celebrações de Vitória
Instrumentos musicais eram usados também para celebrações de vitória.
Depois da libertação de Deus do povo de Israel dos inimigos egípcios, o povo
celebrou e cantou o cântico de Moisés. “A profetisa Miriã, irmã de Arão, tomou
um tamborim, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamborins74 e com
danças. E Miriã lhes respondia: cantai ao Senhor, porque gloriosamente triunfou,
e precipitou no mar o cavalo e seu cavaleiro!” (Ex. 15: 20-21). Era a prática
comum de Israel celebrar grandes vitórias com mulheres dançando, cantando e
tocando instrumentos musicais. “Sucedeu, porém, que vindo Saul e seu exército,
e voltando também Davi de ferir os filisteus, as mulheres de todas as cidades de
Israel saíram ao encontro do rei Saul, cantando e dançando, com tambores, com
júbilo e com instrumentos de musicas. As mulheres se alegravam e, cantando
alternadamente” (1 Sam. 18: 6-7). Depois o Senhor entregou o povo de Amom
nas mãos de Jefté: “Vindo, pois Jefté, a Mispa, a sua casa, saiu-lhe a filha ao
seu encontro, com adufes e com danças” (Jz. 11: 34). O profeta Jeremias falou
do restabelecimento dos Israelitas na própria terra deles em meio a grande
alegria e celebração: “Ainda te edificarei e serás edificada, ó virgem de Israel!
Ainda serás adornada com teus adufes, e sairás com o coro dos que dançam”
(Jer. 31: 4).
Estas passagens têm inúmeros aspectos em comum. Primeiro, apenas as
mulheres tocavam os instrumentos e dançavam. Elas eram separadas dos
homens. Segundo, o uso de instrumentos é sempre usado em conjunto com a
74 “O nome hebraico deste instrumento musical é toph. O trimbal, tymanum ou tamborim foi usado
principalmente por mulheres, e foi empregada em danças de coreografia, em ocasiões religiosas ou procissões
festivas... O princípio (caráter) do toph, ou tamborim era de uma pele trabalhada que era esticada sobre um
arco de barril ou quadro”. (James Anderson. Calvin’s Commentaries on the Psalms, vol. 5, p. 310, rodapé 3).
O trimbal era muito similar ao moderno tamborim. Era tocado com as mãos, pequenos bastões ou com um
chicote emaranhado com muitas tiras.
dança; os dois nunca são separados. Terceiro, em cada exemplo existe uma
comitiva ou uma caminhada (caminhada ao Templo, por exemplo). Quarto, cada
ocasião é uma resposta direta a uma grande vitória nacional ou local; isto é,
estas são celebrações extraordinárias e não nunca estabelecem um momento de
adoração (Embora houvesse dança anual entre as filhas solteiras de Siló, cf. Jz.
21: 19-23.). Quinto, essas celebrações foram eventos ao ar-livre, ou seja, elas
nunca ocorreram no tabernáculo, no templo ou na sinagoga.
EsSas celebrações de vitórias nacionais ou locais com mulheres
dançando, cantando e tocando tamborim justificam o uso de instrumentos
musicais no culto público? Não, de forma alguma. Embora essas celebrações pelo
povo de Deus tenham sido feitas para a glória de Deus, há várias razões porque
elas não devem ser classificadas como assembléias formais de culto público.
Primeiro, mesmo que nós repetidamente encontremos (em registros bíblicos)
grupos de mulheres dançando, cantando e tocando instrumentos em celebração
ao ar livre, nós nunca encontramos mulheres dançando e tocando instrumentos
no tabernáculo, templo ou sinagoga. Segundo, a Bíblia diz que toda coisa exigida
para o culto de Deus no deserto foi mostrada para Moisés no Monte. (Ex. 25:40;
Hb. 8:5). Mesmo assim, não existem instruções na Escritura dando a mulheres
autorização para dançar e tocar instrumentos no tabernáculo. Terceiro, no
registro bíblico, Miriã lidera um grupo de mulheres que cantam, dançam e tocam
tamborim. Contudo o serviço no tabernáculo que foi prescrito por Deus foi
liderado e conduzido apenas por homens levitas. O uso de instrumentos musicais
no templo (como notificado antes) também foi reservado para o sacerdócio
levítico, o qual eram todos homens. Quarto, estas passagens são realmente
desnecessárias para aqueles que estão buscando uma sanção divina para o uso de
pianos e órgãos no culto público da Nova Aliança; pois mesmo se lhes pudessem
ser aplicados para o culto formal da Nova Aliança eles provariam que: apenas
mulheres poderiam tocar instrumentos musicais, apenas em conjunto com dança
feminina. Tal prática pode ser aceitável nas baladas modernas do “rock in roll”
carismático, mas é simplesmente inaceitável para a maioria dos Presbiterianos
conservadores. O autor não conhece nenhum pastor ou presbítero Presbiteriano
que creia na Bíblia e que permita mulheres dançando, pulando e tocando
tambores nos corredores da igreja, no culto. “A dança era um ingrediente
essencial no serviço em que os instrumentos eram usados e não pode, por
raciocínio algum, ou qualquer evidência obtida, ser excluída. Se
instrumentalização nesta ocasião proporciona uma sanção para o uso de
instrumentos no culto da presente dispensação e esta instrumentalização foi com
o propósito de liderar a dança, não há escapatória para a conclusão de que a
dança tem pelo menos uma sanção satisfatória no culto do Novo Testamento
como o tem o uso de instrumentos”.75
4. As Trombetas da Proclamação
Em Números 10:1-10, Deus ordenou a fazer e usar duas trombetas de
prata. O uso dessas trombetas foi cuidadosamente prescrito por Deus. As únicas
pessoas autorizadas para tocar essas trombetas eram “os filhos de Arão, os
sacerdotes” (v.8). Quando ambas as trombetas eram tocadas, toda a assembléia
do povo se reunia junto à porta do tabernáculo da reunião (v.3). Quando apenas
uma trombeta era tocada, apenas os líderes se reuniam (v.4). As trombetas eram
usadas para “o som do chamado” para que os israelitas começassem suas
jornadas (vv.5-7) e eram tocadas para “soar um alarme” para se ir à guerra. As
trombetas eram também tocadas “através” ou durante os sacrifícios do
tabernáculo.
Visto que as trombetas não eram tocadas durante louvores
congregacionais ou o louvor levítico, e já que o propósito delas em todo capítulo
era de anunciar (proclamar) alguma coisa ou soar um alarme, é provável que o
propósito das trombetas durante o sacrifício era de proclamar ao povo o
momento preciso que o sacrifício estava ocorrendo. Todos, sem dúvida,
enfatizariam a solenidade e a importância do sacrifício. “Mas mesmo que alguém
insistisse que essas trombetas foram usadas, em certo sentido, como
75 D. W. Collins. Musical Instruments In Divine Worship Condemned by the Word of God. (Pittsburgh:
Stevenson and Foster, 188), p. 38.
instrumentos de música no culto, ainda seria verdade que isso se tornaria real
apenas quando – e por causa – de uma ordem divina então dada. Se isto é o
começo do uso de instrumentos no culto, em outras palavras, é digno de nota
que era uma ordem inicial”.76 Além do mais, deveria ser também observado que
somente aos sacerdotes (os filhos de Arão) foi permitido por Deus o tocarem as
trombetas; e o uso delas (durante a assembléia religiosa) ocorreu apenas durante
o sacrifício. Conseqüentemente, elas estavam diretamente associados aos rituais
cerimoniais.77 O tocar cerimonial destas trombetas durante o sacrifício no
tabernáculo poderia ser considerado o botão e a flor que desenvolveriam durante
a mais suprema ordem cerimonial instituída por Davi para o Templo. Ao invés de
duas trombetas solitárias durante o sacrifício no tabernáculo, o templo também
tinha um coral levítico, címbalos, harpas e liras tocando tudo ao mesmo tempo.
Ambos eram levíticos e cerimoniais e ambas ocorreram durante o sacrifício.
5. Instrumentos Musicais e os Profetas Primitivos
Há dois exemplos do uso de instrumentos musicais pelos profetas. O
primeiro exemplo é a comitiva dos profetas em 1 Samuel 10: 5: “Então seguirás a
Gibeá-Eloim, onde está a guarnição dos filisteus, e há de ser que, entrando na
cidade encontrarás um grupo de profetas que descem do alto, precedidos de
saltérios e tambores e flautas e harpa, e eles estarão profetizando”. O segundo
exemplo é a profecia de Eliseu contra Moabe: ‘“Ora, pois, trazei-me tangedor.
Quando o tangedor tocava veio o poder de Deus sobre Eliseu. Este disse: “Assim
76 G. I. Williamsom. Instrumental Music in the Worship of God: Commanded or not Commanded?, p. 5.
77 “Nenhuma salmodia foi empregada quando as trombetas foram primeiro introduzidas, mas quando uma
salmodia foi preparada e formalmente introduzida no templo por Davi, as trombetas foram empregadas
conjuntamente com a voz e com os instrumentos empregados pelos Levitas. A conecção das três trombetas, a
voz e os instrumentos – era tão essencial que a cada ocasião em que se observa a voz e os instrumentos sendo
empregados na salmodia do templo, o uso de trombetas é especificado também. Isto é especialmente
observável na ocasião da dedicação do templo, em que os quatro mil cantores e tocadores de instrumentos dos
Levitas conjuntamente com cento e vinte tocadores de trombetas dos sacerdotes, soavam em uníssono. O
grande aspecto deste som uníssono era que as trombetas, nas mãos dos sacerdotes, tinham um cunho
cerimonial. De maneira que, em 1 Cr 25:5 é dito: ‘Todos estes foram filhos de Hemã, o vidente do Rei nas
palavras de Deus para levantar a corneta’. A corneta é a trombeta, e os Levitas estão aqui representados
claramente como agindo nessa relação cerimonial como sacerdotes designados por suas consagrações
originais”. (D.W. Collins, p 60-67).
diz o Senhor: Fazei neste vale covas e covas”’. (2 Reis. 3:15 –16). Nestes dois
exemplos o uso de instrumentos musicais era intimamente conectado com a
profecia.
Estas passagens justificam o uso de instrumentos musicais no culto
público? Não, pois estes exemplos não se referem a culto público. No exemplo a
respeito de Eliseu, é claro que ele não estava cantando louvores a Deus, mas
falando a palavra do Senhor. No exemplo dos profetas descendo a montanha não
há possibilidade que alguém possa dizer se eles estavam cantando ou não. Mesmo
se eles estivessem cantando, este exemplo, não seria um caso de um culto
público, mas de uma festiva procissão. Se este preferível exemplo raro em 1
Samuel 10 realmente justifica o uso de instrumentos musicais no culto público,
apenas autorizaria o uso deles de acordo com profecia ou revelação direta. Visto
que, o oficio profético cessou com o fechamento do Cânon do Novo Testamento,
esta passagem não é aplicável para a igreja da Nova Aliança. Além disso, dada à
prova de que instrumentos musicais foram apenas usados por sacerdotes e levitas
durante o culto no templo e não foram usados na Sinagoga Judaica até 1810 d.C.
na Alemanha, pode-se concluir seguramente que os próprios judeus não
consideraram este exemplo em 1 Samuel como uma justificativa para
instrumentos musicais no culto público.
Para que propósito servia a música nestes exemplos? Muitos
comentaristas argumentam erradamente que instrumentos foram usados para
induzir um estado de êxtase para produzir uma certa atitude apropriada para
receber a revelação divina. Entretanto, a Bíblia ensina que os profetas falaram
porque o Espírito Santo os moviam (2 Pe. 1: 21). Além disso, a maioria dos
profetas profetizaram sem música. Portanto, a teoria do êxtase induzido deve
ser rejeitada. A música pode ter sido um sinal externo da obra do Espírito Santo.
Qualquer que fosse o propósito do acompanhamento musical para a profecia
certamente não proporciona uma base para o uso de instrumentos musicais no
culto público hoje.
6. A Introdução da Música no Culto Público
Além das trombetas de prata introduzidas por Deus no serviço do
tabernáculo sobre responsabilidade de Moisés, Deus apontou instrumentos
adicionais perto do término do reinado do Rei Davi78. Estes instrumentos foram
provavelmente introduzidos em antecipação à fase de acabamento do Templo
com Salomão. Um estudo cuidadoso do uso de instrumentos musicais no culto na
Antiga Aliança revela que instrumentos musicais foram apenas tocados por certas
classes autorizadas de Levitas. Os não-levitas nunca usaram instrumentos
musicais no culto público. Os instrumentos musicais que foram usados não foram
escolhidos arbitrariamente por homem, mas foram projetados pelo Rei Davi
debaixo da inspiração divina. Também, instrumentos musicais eram apenas
usados em conjunto com sacrifícios de animais. Durante o serviço do Templo,
instrumentos musicais eram apenas tocados durante o sacrifício. Um estudo
objetivo de instrumentos musicais no culto público da Antiga Aliança prova que o
seu uso na adoração pública era cerimonial. Este argumento é consideravelmente
reforçado pelo fato histórico que instrumentos musicais não eram usados na
sinagoga ou na igreja apostólica.
O primeiro exemplo registrado de instrumentos musicais sendo usados no
culto público ocorreu durante as festividades e cerimônias quando a arca de Deus
foi transportada para Jerusalém. “Davi e todo o Israel alegravam-se perante
Deus com todo o seu empenho, em cânticos, com harpas, com alaúdes, com
tamboris, com címbalos e com trombetas”. (1 Cr 13:8). Esta tentativa de trazer a
arca de Deus para Jerusalém falhou porque o povo envolvido não seguiu “o que
fora ordenado” (15:13). O povo não fez o que Deus tinha mandado.79 Noutras
78 “Davi encontra-se como a figura central entre Moisés e Cristo, e a época exata para a introdução da grande
ordem cerimonial, a qual ele deu para o culto a Deus, fora significante para maior perfeição e glória da Igreja
do Novo Testamento. Pois era o milênio da Igreja Judaica e o apogeu da glória da Nação” (D.W. Collins, p.
66)
79 “Davi procedeu irregularmente, porque ele estava sem autoridade escriturística. Portanto, ao invés de
consultar os sacerdotes e os Levitas, aos quais pertencia a custódia da arca, ele ‘consultou os capitães de mil,
e os de cem e todos os príncipes’, [1 Cr 13:1], ou seja, com conselheiros políticos e militares. Isto, no tempo
moderno, seria considerado como uma interferência erastiana do magistrado civil em sacris. O resultado, no
caso de Davi, implica em um impedimento de se introduzir qualquer observância religiosa sem autoridade
palavras, eles violaram o Princípio Regulador. “Deus fulminou Uzá, não
meramente com um juízo sobre ele por seu ato precipitado e infiel em segurar a
arca, mas como uma admoestação a Davi, sacerdotes, Levitas e todo o povo e
como uma repreensão para todas as gerações futuras para tomar cuidado com a
ordem divina em todas as questões do culto divino. Neste ato Ele deu prova
singular que todo o procedimento estava errado. Tendo a ofensa consistido
apenas em colocar a arca na carroça e Uzá a ter segurado, o remédio foi
imediato. Os sacerdotes e Levitas estavam presentes com a multidão e poderiam
ter sido imediatamente ordenados para tomarem conta da arca, mas todo o
serviço foi rejeitado por Deus como desonra a Ele. Davi depois reconheceu
francamente a desordem de todo procedimento”.80 “Pois visto que não a levastes
na primeira vez, o Senhor nosso Deus irrompeu contra nós, porque então não o
buscamos, segundo nos fora ordenado” (1Cron. 15:13).
O segundo e bem sucedido transporte da arca para Jerusalém dá mais
detalhe a respeito do uso de instrumentos naquele momento. “Santificaram-se,
pois, os sacerdotes e levitas, para fazerem subir a arca do Senhor Deus de Israel.
Os filhos dos levitas trouxeram a arca de Deus aos ombros pelas varas que nela
estavam, como Moisés tinha ordenado, segundo a palavra do Senhor. Disse Davi
aos chefes dos levitas que constituíssem a seus irmãos, cantores, para que, com
instrumentos musicais, com alaúdes, harpas e címbalos se fizessem ouvir, e
levantassem a voz com alegria. Designaram, pois os levitas a Henã, filho de Joel;
e dos irmãos dele a Asafe, filho de Berequias, e dos filhos de Merari, irmãos
deles, a Etã, filho de Asaias. Assim os cantores, Henã, Asafe e Etã se faziam
ouvir címbalos de bronze. Matias, Elifileu, Micneías, Obede-Edom, Jeiel e
Azazias, com harpas, em tom de oitava, para conduzir o canto. Quenanias, chefe
divina. Se Davi não podia fazê-lo, como isso pode, sem responsabilidade pecaminosa, ser feito pelo homem
no século XIX ? Ao invés de permitir que a arca fosse carregada pelos levitas, ele a colocou em uma carroça –
o qual pensou, sem dúvida alguma, que estava sendo feito com ‘decência e ordem’. Isto, porém, não foi
designado, e conseqüentemente ele errou em fazê-lo”. (James Glasgow. Heart and Voice: Instrumental Music
in Christian Worship not Divinely Authorized. C. Aitchison; J. Cleeland, Belfast, Northern Ireland, sem data,
p.48). Além disso, se o povo em geral tocou instrumentos musicais (1Cr 13:8) e não apenas os Levitas, isto
também teria sido uma violação da Escritura. Durante a segunda e bem sucedida tentativa de transportar a
arca, isso é observado cuidadosamente, pois apenas os Levitas tocaram instrumentos musicais. (1 Cr. 15:16-
24).
80 D.W. Collins. Musical instruments in Divine Worship, p 51-52.
dos levitas músicos, tinha o encargo de dirigir o canto, porque era entendido
nisso. Sebanias, Josafá, Natanael, Amasaí, Zacarias, Benaia e Eliezer, os
sacerdotes, tocavam as trombetas perante a arca de Deus, Obede- Edom e Jeías
eram porteiros da arca”. ( 1Cr 15: 14-17, 19, 21-22,24).
Observe que apenas os Levitas eram designados a tocar os instrumentos
musicais. Na verdade o uso específico de instrumentos musicais era restrito a
certo grupo de Levitas. Revelações posteriores mostram que estas designações
não foram arbitrárias, porém baseadas na ordem de Deus (2 Cr. 29:25). Por
mandato divino, sacerdotes levitas usaram instrumentos musicais em conexão
com a arca da aliança. Os eventos foram também acompanhados por sacrifícios e
ofertas. Até esta época na história de Israel não houve o funcionamento do
tabernáculo ou Templo, apenas a arca era o local da presença especial de Deus
e, portanto o lugar central do sacrifício e holocausto.81 Portanto, o uso levítico
de instrumentos musicais era um aspecto do culto cerimonial.
A Bíblia ensina que a introdução de instrumentos musicais no culto
público de Deus foi por designação divina. “Também estabeleceu os levitas na
casa do Senhor com címbalos, alaúdes e harpas, segundo mandato de Davi e de
Gade, o vidente do rei e do profeta Natã, porque este mandado veio do Senhor,
por intermédio de seus profetas”. (2 Cr. 29:25). Note, que o Princípio Regulador
do Culto era rigorosamente seguido. Instrumentos musicais não foram usados até
Deus ordenar o uso deles. Ninguém, nem mesmo os reis, tinham autoridade de
introduzir uma inovação no culto sem instruções de Deus para fazê-lo.
Deu Davi a Salomão, seu filho, a planta do pórtico com as suas casas, as
suas tesourarias, os seus cenáculos, e as suas câmaras interiores, como também
da casa do proprietário. Também a planta de tudo quanto tinha em mente, com
referência aos átrios da casa do Senhor, e a todas as câmaras em redor, para os
tesouros da casa de Deus, e para os tesouros das causas consagradas. “Tudo
81 “O primeiro uso aceitável de instrumentos no culto de louvor da Igreja foi na inauguração da adoração
templica por Davi e empregado exclusivamente naquele culto. Nós não temos outro exemplo registrado até ao
fechamento do canon da Escritura do uso de instrumentos separados da forma peculiar dado na sua
inauguração por Davi”. (D.W. Collins, p. 55).
isto”, disse Davi, “me foi dado por escrito por mandado do Senhor, a saber,
todas as obras desta planta”. (1 Cr. 28:11-13,19).
A Sagrada Escritura enfatiza que Davi recebeu os projetos, divisões e
tarefas relacionadas com o Templo por inspiração divina.82 Nada relacionado com
o Templo e seu culto se originou da imaginação do homem.
Sempre que práticas novas de culto foram introduzidas, Deus deixou bem
claro que Ele – não o homem – era a fonte das novas adições. Portanto, quando
adições eram feitas sob a administração de Moisés, nos é explicitamente
revelado que estes acréscimos vinham por meio de divina inspiração (Ex. 25:9,
40; 27:8). As adições que vieram sob o reinado de Davi também vieram por meio
de revelação divina.83 O sistema do culto no templo estabelecido por Deus
durante o reino de Davi não recebe adições ou alternativas até a morte de Jesus
Cristo. O fato de que novas revelações foram precisas para a introdução de
instrumentos musicais no culto público é prova adicional que por milhares de
anos, de Adão até o reinado de Davi, o verdadeiro e aceitável culto foi oferecido
a Deus sem o acompanhamento de instrumentos musicais.
Na Antiga Aliança, instrumentos musicais no culto público foram sempre
em função do sacerdócio levítico. Por quê? Porque o uso deles era intimamente
conectado com o sacrifício de animais. Na verdade, durante o serviço no Templo
os instrumentos de música eram apenas tocados durante o sacrifício. Quando o
sacrifício não estava em progresso, eles cantavam louvores sem o
acompanhamento de instrumentos musicais. “Também estabeleceu os levitas na
casa do Senhor com címbalos, alaúdes e harpas, segundo mandado de Davi e de
Sade, o vidente do rei e do profeta Natã; porque este mandado veio do Senhor,
82 Assim como Moisés recebeu por inspiração divina o padrão do tabernáculo e até de suas vasilhas (Ex. 25:9,
40, 27:8), assim o escritor de Crônicas, enquanto dando a Davi os créditos de preparar os planos do Templo,
declara que Yahweh era a origem do conhecimento de Davi. “A mão de Yahweh sobre...” É uma expressão
freqüente para a inspiração divina (cf. 2 Rs 3:15; Êx 9:3; 13:14, etc). (Edward Lewis Curtis and Albert
Alonzo Madsen, A Critical and Exegetical Commentay on the Books of Chronicles [Edinburgh: T&T Clark,
1976 (1910)], p. 229).
83 “Esta maneira de adorar a Deus através de instrumentos musicais não tinha até então sido usada. Mas Davi,
sendo um profeta, o instituiu por direção divina, e os adicionou às outras ordenanças carnais para aquela
dispensação, como o apóstolo a chama (Cf. Hb. 9:10). O Novo Testamento mantém o cântico dos salmos, mas
não designou música na Igreja” (Matthew Henry, Matthew Henry’s Commentary on the Whole Bible [T&T
Clark], Vol. 2, p. 875).
por intermédio de seus profetas. Estavam, pois, os levitas em pé com os
instrumentos de Davi, e os sacerdotes com as trombetas. Deu ordem Ezequias
que oferecessem o holocausto sobre o altar. Em começando o holocausto,
começou também o cântico ao Senhor com as trombetas, ao som dos
instrumentos de Davi, rei de Israel. Toda a congregação se prostrou, quando se
entoava o cântico, e as trombetas soavam, tudo isto até findar-se o holocausto”.
(2 Cr 29: 25-28). Quando o sacrifício começou, o uso de instrumentos musicais
pelos Levitas também iniciou. Quando a oferta terminou, o uso de instrumentos
também cessou.
Não é óbvio para o intérprete imparcial que a música instrumental serviu
como uma função cerimonial?84 E tipificou algo a respeito do sacrifício perfeito
que viria?85 Os cultos cerimoniais do Templo, pelas representações audíveis e
visuais, ensinaram ao povo de Deus várias coisas a respeito de redenção perfeita
do futuro Messias. Portanto, a Escritura Sagrada diz que os Levitas foram
separados para “profetizarem com harpas, alaúdes e címbalos” (1 Cron. 25: 1).
G. I. Williamson escreve:
84 “Os Levitas sob a lei eram justificados em fazer uso de instrumentos musicais no culto a Deus; foi Sua
vontade treinar Seu povo, enquanto eles eram ainda tenros e como crianças, em tais rudimentos, até a vinda de
Cristo. Mas agora, quando a clara luz do Evangelho dissipou as sombras da Lei e nos ensinou que Deus é para
ser adorado de uma forma mais simples, seria uma consideração insensata e errônea imitar aquilo que os
profetas desfrutaram e que apenas estava sobre aqueles da sua época. Disto, é evidente que os Papistas têm
demonstrado ser extremamente macacos-de-imitação ao transferir isto a eles mesmos” (João Calvino,
Commentary on The Book of Psalms, (Grand Rapids: Baker House, 1981) Vol. 2, p. 312).
85 Determinar exatamente o que o uso cerimonial de instrumentos no culto público tipificava não é fácil. O
teólogo Presbiteriano americano John L. Gerardeau escreve: “A música instrumental na adoração templica
tipificava a alegria e o triunfo do povo de Deus que iria culminar na efusão abundante do Espírito Santo nos
tempos do Novo Testamento... agradou-se Deus em tipificar a alegria espiritual que viria a brotar de uma
possessão mais rica do Espírito Santo através do sensível som produzido pela melodia apaixonante dos
instrumentos de corda e o estrépido (estiado) dos címbalos, pelo bramido das trombetas e o ressoar das
harpas. Era a instrução de suas crianças em uma escola inferior, preparando-as para uma escola superior”.
(Instrumental Music in The Public Worship of the Church, pp.60-63). O ponto de vista de Gerardeau foi
sustentado por inúmeros escritores reformados mais antigos. Dado o fato de que debaixo de circunstâncias
normais os instrumentos foram apenas tocados durante o sacrifício, outra possibilidade é que o uso deles
profetizava os eventos sobrenaturalmente dramáticos ocorridos na crucificação de Cristo. No momento em
que Cristo morreu: “eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes, de alto a baixo: tremeu a terra,
fundiram-se as rochas, abriram-se os sepulcros” (Mt. 27:51-52). Lucas escreve: “Já era quase a hora sexta e,
escurecendo-se o sol houve trevas sobre a terra até a hora nona. E rasgou-se pelo meio o véu do santuário”
(Lucas 23:45-44). A cacofonia do som durante o sacrifício no santuário central era uma dramática e
deslumbrante inspiração. Os eventos sobrenaturais ao redor do sacrifício de Cristo foram impressionantes e
aterrorizantes. “O centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto e tudo o que se passava,
ficaram possuídos de grande temor, e disseram: Verdadeiramente este era o Filho de Deus” (Mt. 27:54).
O sistema interno do culto cerimonial servia como uma “sombra das
coisas celestes” (Hb. 8:5). Era. “uma parábola para a época
presente” (9:9), mas uma parábola de algo melhor no futuro. Em
palavras mais claras, aqui o drama da redenção foi realizado
simbolicamente. Nós usamos a palavra ‘drama’ porque este culto
cerimonial do Antigo Testamento foi apenas uma representação da
redenção real que era para ser realizado, não com sangue de bois e
bode, mas com o precioso sangue de Cristo. É por isso que esta
impressionante assembléia de músicos era necessária. De uma
maneira similar, um desenho animado é algo pálido em comparação
com a realidade representada. Por isso, os efeitos sonoros e um
pano de fundo musical são tão importantes. Ajudou Seu povo do
Antigo Testamento (como crianças de menor idade, Gálatas 4) a
perceber algo mais nestes sacrifícios de animais do que realmente
estava lá. Então, enquanto o sacrifício era oferecido, as emoções do
povo de Deus eram balançadas por esta grande cacofonia de
música.86
Visto que o Novo Testamento ensina que todos os aspectos cerimoniais de
adoração do Templo foram abolidos, as passagens que falam do uso de
instrumentos musicais no culto público, debaixo do Antigo Pacto, não providencia
sanção bíblica para o uso de instrumentos musicais na adoração pública hoje.
Jesus Cristo, com o perfeito sacrifício Dele mesmo na cruz, considerou o sistema
Levítico inteiro como obsoleto (Cf. Hb. 7:27, 9:28). O inferior (Hb. 9: 11-15), a
sombra (Hb. 10: 1; 8: 4-5), o obsoleto (Hb. 8:13), o simbólico (Hb. 9: 9), e o
86 G. I. Williamson. Instrumental Music in the Worship of God: Commanded or not commanded? pp.7-8.
“Deixemos bem claro desde o início que, mesmo que nós falhemos, para satisfação dos instrumentistas, em
demonstrar a coisa particular tipificada pela musica instrumental, o argumento para o uso cerimonial desta de
modo algum cai por terra. Pois nós afirmamos que o significado definitivo de muitos rituais cerimoniais e
coisas afins nunca foram satisfatoriamente determinados, tanto pelo Judaísmo moderno quanto pelo ensino
cristão. Tipologia é um sistema de profecia. Símbolos ‘prefiguram, enquanto profecias predizem’ a mesma
coisa, e se o significado definitivo de muitas profecias não pode ser apurado, muito menos o pode o de muitos
daqueles símbolos” (D.W. Collins, pp.57-58). Fairbairn escreve: “Longe de nós fazer de conta que
dominamos toda a dificuldade ligada ao gerenciamento prático do assunto, reduzindo-o a um todo numa clara
e inquestionável certeza. Ninguém esperará isto; ninguém que corretamente entenda a natureza do problema e
considere tanto a imensidão do campo que se estende quanto o caráter peculiar do terreno que aborda.”
(citado por Collins, p.58).
ineficiente (Hb. 10: 4) foram substituídos por Jesus Cristo e Sua obra. Os cristãos
não podem mais ter interesses em usar instrumentos musicais no culto público do
que usar vestimentas sacerdotais, velas, incenso, altares e um sacerdócio
sacerdotal.87
Católicos Romanos estão sendo simplesmente consistentes quando
eles incorporam todas as “sombras” ab-rogadas no sistema de adoração deles.
Gerardeau escreve: “aqueles que têm urgentemente insistido nisto [instrumentos
musicais no culto público] têm agido com consistência lógica em importar
sacerdotes na Igreja do Novo Testamento; e como sacerdotes devem sacrificar,
cuidado, o sacrifício da missa! Instrumento musical pode não parecer está no
mesmo pé de igualdade com esta corrupção monstruosa (missa), mas o princípio
que permeia ambos é o mesmo; e que se nós estamos satisfeitos com um simples
instrumento, a corneta, o baixo, o órgão ou levando para um desenvolvimento
natural da arte orquestral, as pompas catedrais e todo espetáculo magnificente
de Roma. Nós somos cristãos e nós somos falsos para com Cristo e para com o
Espírito de graça quando nós freqüentamos o ritual ab-rogado e proibido do
templo Judeu”.88
Cristãos reformados devem notar que mesmo se estas passagens do Velho
Testamento de fato autorizaram o uso de instrumentos musicais na era da Nova
Aliança, eles apenas autorizariam certos instrumentos e não outros. Trombetas
de prata foram especificamente autorizadas por Deus nos dias de Moisés (Num.
10:1,2,10); e instrumentos de corda, harpas e címbalos (instrumentos de Davi, 2
Cron. 29:26) foram autorizados para o uso debaixo do Reinado de Davi (1 Cron.
15:16; 23:5; 28:13, 19;2 Cron. 29:25-27, etc.). Alguns eruditos (baseados nas
87 João Calvino concorda: “Não tenho dúvida de que tocar por meio de címbalos, manuseando a harpa e os
instrumentos de corda, e todo aquele tipo de música, o qual é freqüentemente mencionado nos Salmos, era
uma parte da educação; isto é, a instrução pueril [i. e., imatura] da lei: Eu falo do culto estabelecido no
templo. Pois, mesmo hoje em dia, se os crentes optarem por se alegrar com instrumentos musicais, eles
deveriam, eu acho, ter como objetivo não separar a animação deles dos louvores a Deus. Mas, quando eles
freqüentam suas assembléias sagradas, instrumentos musicais celebrando louvores a Deus não seriam mais
apropriados do que a queima de incenso, a iluminação das velas e a restauração das outras sombras da lei. Os
Papistas, portanto, tolamente pegaram isto emprestado, tanto quanto muitas outras coisas dos judeus. Pessoas
que gostam de exibição externa podem se deleitar com este barulho; mas a simplicidade que Deus nos
recomenda através do apóstolo é muito mais agradável a Ele”. (Commentary on the Book of Psalms, Vol. 1, p.
539).
88 John L. Girardeau, Instrumental Music in the Public Worship of the Church, p. 79.
passagens como 2 Samuel 6:5 e Salmo 150) também incluem a gaita de fole ou
flauta. A Bíblia indica que as escolhas desses instrumentos e até mesmo seus
moldes não eram arbitrárias. Os Levitas tinham que usar apenas aqueles
instrumentos escolhidos por Deus. Em lugar nenhum da Bíblia alguém pode
encontrar autorização para pianos, órgãos, violinos, baixos, guitarras de seis
cordas, bateria e outros. Se alguém que inferir do uso levítico de instrumentos de
corda que guitarras, banjos, violinos e baixos são permitidos no culto público,
então ele tem um grande problema. Por quê? Porque os dois instrumentos de
corda que Deus autorizou para o culto público (o kinnôr e o nêbel) tinham dez
(Cf. Salmo 33:2; 92:3; 144:9) oito (de acordo com os títulos do Salmo 6 e 12), e
possivelmente 12 (de acordo com Josephus) cordas, nunca quatro ou seis. Além
do mais, baixos e guitarras modernas não suscitam semelhança com aqueles
instrumentos antigos. Se (como notificado antes) os instrumentos de Davi foram
introduzidos e planejados debaixo da inspiração divina, então Igrejas que dizem
aderir ao principio regulador (que aponta para o uso levítico como justificativa
para o uso de instrumento hoje) deveriam fazer uma séria tentativa para
produzir estes antigos instrumentos.89
89 Os dois tipos de instrumento de corda usados em adoração pública pelos Levitas foram o kinnôr e o nêbel.
Os nomes de instrumentos musicais na Bíblia são tormentos para os tradutores. A palavra kinnôr é traduzida
verdadeiramente como: “lira” (RSV, NIV); “harpa” (KJV, NKJV, NEB) e “saltério” (KJV, NKJV). Nêbel é
traduzido como “harpa” (NIV, RSV), “alaúde” (RSV, NEB, RJV, NKJV), “saltério” (KJV) e “viola” (KJV).
“de acordo com Josephus o kinnôr tinha dez cordas e era tocado com uma pluma (i. e., um pequeno pedaço de
metal, marfim ou chifre que um músico usa para bater nas cordas de um instrumento} ... mas, Davi tocou sua
lira ‘com suas mãos’ quando confortava Saul (I Samuel 16: 23) o qual sugere que o kinnôr era também
dedilhado para produzir um som mais suave e mais consolador. A figura permanece mostrando os tocadores
de lira com ou sem a pluma e a kithera grega era tocada em ambas as formas... O nêbel é virtualmente sempre
mencionado junto com a lira-kinnôr e deve ter todo um caráter similar ou pelo menos complementar.
Comparando os dois, a Misha colocava que as cordas do nêbel foram feitas de um longo intestino de ovelha, e
aquelas cordas do kinnôr de intestino menor da ovelha (kinnin iii. 6). Tendo cordas mais grossas, o registro
dos instrumentos era, portanto, presumivelmente mais baixo e seu som possivelmente mais alto do que do
kinnôr... O termo asôr, lit. ‘dez’, aparece apenas nos Salmos, duas vezes descrevendo nêbel (33: 2; 244:9)”
(D. A. Foxvog e A D. Kilmer in “General Education”, Geoffrey W. Bromiley,. The Internacional Standard
Bible Encyclopedia (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1986, [1915]. Vol. 3, p. 441-442). Dado a evidência
escriturística e histórica pode ter existido duas versões do kinnôr (oito e dez cordas) e duas versões do nêbel (
oito ou dez cordas). Se as cordas do kinnôr eram tocadas com um pedaço de marfim ou metal, seria mais
semelhante ao moderno cravo do que a guitarra.
Todos os exemplos do Antigo Testamento do Uso de
Instrumentos Musicais no Culto Público são
Cerimoniais
Aqueles que estão buscando uma sanção divina para o uso de instrumentos
musicais no culto público certamente não podem apelar para o uso levítico,
sacerdotal e cerimonial deles no templo durante o sacrifício como uma
justificativa para o uso dele hoje. Entretanto, não existem exemplos do uso de
instrumentos musicais no culto público fora do templo? Sim. Um exame cuidadoso
do Antigo Testamento revela apenas cinco exemplos do uso fidedigno de
instrumentos musicais na adoração pública fora do templo.
1. O transporte da arca de Deus para Jerusalém (1Cron. 15: 14-28).
2. A cerimônia dedicatória festejando o acabamento do Templo de
Salomão (2 Cron. 5:11-14).
3. A cerimônia dedicatória festejada no acabamento da fundação do
segundo templo (Ed. 3: 10-11).
4. A cerimônia dedicatória festejada no acabamento do muro de
Jerusalém (Ne. 12: 27-43).
5. A procissão triunfal para Jerusalém e para o templo depois do Senhor
derrotar milagrosamente o povo de Amom, Moabe e do Monte Sear (2
Cron. 20: 27-28).
Estes exemplos são as únicas esperanças para aqueles que buscam uma
sanção escriturística para instrumentos musicais do Antigo Testamento.90 Pode
90 O autor não inclui o coroamento de Joás: “Ouvindo Atalia o clamor do povo que corria e louvava o rei, veio
para onde este se achava na casa do Senhor; olhou, e eis que o rei estava junto a coluna, a entrada, e os
capitães e as trombetas junto ao rei, e todo o povo da terra se alegrava, e se tocaram trombetas. Também os
castores com os instrumentos músicos dirigiam o canto de louvores. Então Atalia rasgou os seus vestidos e,
clamou: ‘Traição! Traição!’” (2 Cron. 23: 12-13). Embora este evento tenha ocorrido no templo e os levitas
tocaram instrumentos musicais e cantaram, este evento não parece ser um serviço de culto, mas um certo tipo
de coroação pública. Além disso, não está claro se as pessoas estavam apenas exaltando o novo rei ou
exaltando o rei e então louvando Jeová. O que é claro é que o tema deste livro é apoiado por 2 Crônicas
23:18, “Entregou Joiada a superintendência da casa do Senhor nas mãos dos sacerdotes Levitas, a quem Davi
alguém encontrar um uso não-cerimonial, não-levítico dos instrumentos musicais
nestes exemplos ? Não. Existem inúmeras razões porque o uso de instrumentos
musicais nestes exemplos devem ser considerados cerimoniais. Primeiro, note
que em cada exemplo apenas Levitas eram permitidos tocar instrumentos (1
Cron. 15:16-24; 2 Cron. 5:12-13; Ed. 3:10; Ne 12:35-36).91 Segundo, os
sacerdotes e Levitas apenas tocaram instrumentos que eram autorizados por
Deus: as trombetas de prata de Moisés e os instrumentos de Davi (1 Cron. 15:16,
28; 2 Cron. 5:12; 20:28; Ed. 3:10; Ne. 12:27, 36). Terceiro, cada exemplo ou era
conectado com a arca e o templo ou com o muro protetor do santuário central.
A procissão de vitória registrada em 2 Crônicas 20 terminou no templo (v.28). As
cerimônias dedicatórias com o uso levítico de instrumentos nunca ocorreram fora
de Jerusalém, o lugar do templo – o lugar central do sacrifício. Quarto, os
serviços dedicatórios envolveu sacrifícios e holocaustos (1 Cron. 16: 1-2, 2 Cron.
7:1, 5-6; Ne. 12:43). Na realidade, os holocaustos e as ofertas pacíficas foram o
clímax destes serviços. Além disso, todos estes exemplos ocorreram em
circunstâncias históricas únicas. Foram serviços extraordinários envolvendo o
magistrado civil, o sacerdócio levítico, a nação inteira e eram todos intimamente
ligados ao templo cúltico. Estes exemplos do uso de instrumentos musicais no
culto público são obviamente cerimoniais,92 e portanto, são desnecessários para
aqueles que buscam sanção para pianos, órgãos e guitarras.
designaram para o encargo da casa do Senhor, para oferecerem os holocaustos do Senhor, como está escrito
segundo na lei de Moiséis, com alegria e com canto, segundo a instrução de Davi:” Aqueles santos do Antigo
Testamento (diferente da maioria das denominações Presbiterianas e professores do seminário) apoiaram-se
numa rígida, severa e uma visão sem comprometimento do princípio regulador do culto.
91 A única exceção é do Rei Davi que se vestiu em um manto de linho fino e estola sacerdotal (Cron. 15: 27),
tocou música (15:29) e ofereceu ofertas pacíficas e holocaustos com os sacerdotes (Cron. 16: 1-2). Davi (em
uma maneira mais singular do que os Reis do Antigo Testamento que ofereceram sacrifícios) tornou-se um
sacerdote para a ocasião. “Davi pareceu ser o líder no serviço e, portanto, colocou a estola de um sacerdote,
talvez indicando que ele tinha a comissão divina para introduzir ingredientes novos no serviço do templo, do
qual isto era à parte, como Moiséis introduziu o serviço original do tabernáculo” (D. W. Collins p. 29).
92 De todos os exemplo citados, 2 Crônicas 20:28 é a melhor esperança para aqueles que buscam um uso nãolevítico
de instrumentos, pois não é especificamente revelado a nós quem tocou os instrumentos. A passagem
nem mesmo diz especificamente se os instrumentos foram tocados. Porém, o contexto claramente infere que
os instrumentos foram tocados pelos Levitas. No capítulo 20 Judá enfrentou uma grave crise, pois uma grande
multidão das outras nações esta -va vindo atacar Judá (vv. 1-2). O rei e toda Judá reuniram-se no templo para
jejuar, orar e buscar o Senhor (vv. 1-13). O Senhor respondeu através de Jaaziel, um Levita dos filhos de
Asafe (v. 14ff.). As instruções do Senhor foram muito específicas (v. 16 ff). Depois de Deus ter falado por
Jaaziel, o rei e o povo curvaram-se diante do Senhor e os cantores Levitas (os coatitas e coratitas, os filhos de
O registro do uso de instrumentos musicais no livro de Esdras prova que
santos Judeus seguiam o principio regulador do culto. “Quando os edificadores
lançaram os alicerces do templo do Senhor, apresentaram-se os sacerdotes,
paramentados e com trombetas, e os levitas, filhos de Asafe, com címbalos para
louvarem ao Senhor, segundo as determinações de Davi, rei de Israel”. (Est.
3:10). Observe que por 400 anos depois da morte do Rei Davi as instruções
inspiradas do Espírito que ele deu a respeito do culto estão ainda em força e
severamente seguidos. Não eram apenas os Levitas usando os mesmos
instrumentos ordenados por Deus sob o Reinado de Davi, mas a família levítica
de Asafe ainda tinha responsabilidade no uso dos címbalos (Cf. 1 Cron. 15:19).
Fensham escreve:
Nestes versos as celebrações são descritas depois da fundação ter sido
estabelecida. O papel de liderança era exercido por sacerdotes e levitas. Os
sacerdotes eram vestidos de vestimentas típicas (Cf. Ex 28; 2 Cron. 5:12; 20:21) e
eles tocaram as trombetas. Os levitas tocavam os címbalos (Cf. Salmo 150:5), os
quais consistiam de dois pratos de metais com o qual eles davam o tom (Cf. 2
Cron. 15:16, 19; 16:5; 25:1-6; 2 Cron. 7:6). De acordo com o autor isto era feito
da forma como Davi havia prescrito. Ele era neste estágio considerado como a
figura mais importante que iniciou a música no culto.93
O relato de Esdras é prova indisputável que líderes religiosos e civis da
nação Judaica consideravam a introdução de instrumentos musicais no culto
público como mandado por Deus e um aspecto permanente do sistema do
templo.
Coré, que era um neto de Coate [cf. 1 Cron. 6: 7, 22; 20:/f] ficaram de pé e louvaram ao Senhor. No dia
seguinte o povo se levantou cedo e prosseguiu a Jerusalém e o Senhor mesmo derrotou o povo de Amom,
Moabe e o Monte de Seir. O que é interessante é que os levitas iam diante do exército cantando louvores (v.
21). Depois o Senhor matou todos seus inimigos, ele retornou a Jerusalém e para o templo. “com instrumento
de corda, harpas e trombetas”. O capítulo inteiro descreve como se o templo de adoração continuasse diante
do exército, deixa Jerusalém e então depois da batalha retorna ao templo. É como se Deus deixasse sua santa
casa, trucidasse os inimigos de Judá e então retornasse para sua casa. Aqueles que não acham que os cantores
eram Levitas deve notar que o verso 21 diz que o rei indicou “aqueles que deveriam cantar louvores ao
Senhor”. Esta é uma referência óbvia para o grêmio de cantores Levitas. Além disso, verso 28, infere o
término da caminhada no templo, nomeia apenas aqueles instrumentos apontados por Davi para Levitas e
Sacerdotes usarem para o culto no templo. Isto não é coincidência. Qualquer interpretação que seja do
Capítulo 2, estes eventos incomuns são claramente não-normativos, de qualquer forma, para o louvor da nossa
congregação da Nova Aliança.
93 F. Charles Fensham. The Books of Ezra and Nehemiah [Grand Rapido: Eerdmans, 1982], p. 64.
Adoração na Sinagoga
Se alguém quer encontrar um uso não levítico, não cerimonial de
instrumentos musicais no culto público, o lugar mais lógico para olhar seria a
adoração conduzida na sinagoga. Por quê? Porque diferente do culto no templo o
qual muito do que tinha era cerimonial, típico e temporário, a adoração na
sinagoga não era típica nem simbólica. “A leitura e exposição da Palavra divina,
estimulada, direciona o cântico dos Salmos e a contribuição de ofertas como
elementos de culto que não podem ser considerados como tipos de sombras
apontando para a realidade substancial que viria. Eles permanecem na classe:
essencial e permanente”. 94 “A adoração na sinagoga era muito diferente
daquela no templo, naquela não havia rituais sacerdotais e não carregava
sacerdócio inviolável”.95 Sabendo que o culto na sinagoga não envolve nada dos
rituais cerimoniais do templo e que um estudo do uso de instrumentos musicais
no culto público na Antiga Aliança mostra que o uso deles era cerimonial e
levítico, alguém esperaria que o culto na sinagoga fosse praticado sem o uso de
instrumentos musicais. Na verdade, isto é exatamente o caso!96 Os Judeus não
usaram instrumentos no culto público, mas cantavam salmos a capella, porque
eles consideravam instrumentos musicais no culto público como pertencendo ao
templo. “Em sua grande obra On the Ancient Synagogue (a antiga sinagoga),
Vitringa mostra que apenas existiam dois instrumentos de som usados em
conexão com a sinagoga e que estes foram empregados, não em culto ou durante
como um acompanhamento, mas como sinais de proclamação – primeiro, para
94 John L. Girardeau, Instrumental Music in the Public Worship of the Church, p. 48.
95 W White, Jr., in Merril C. Tenney, gen. ed., The Zondervan Pictorial Encyclopedia of the Bible (Grand
Rapids: Zondervan, 1975), Vol. 5, p. 556.
96 M. C. Ramsay escreve: “aqueles que persistem dizer que o culto Judeu tinha associação com os
instrumentos musicais falha em prestar atenção nos efeitos; e alguns dos feitos são os seguintes: O culto
ordinário dos Judeus era aquele da Sinagoga e era sempre sem adornos. Os homens de Israel eram ordenados
a atenderem ao culto do templo apenas três vezes anualmente. Por todo ano relembrado, de Sábado a Sábado,
eles reuniam-se para o culto nas suas sinagogas. Mulheres e crianças iam regularmente a sinagoga onde os
serviços eram marcados por simplicidade... Na sinagoga onde havia cântico congregacional, não existia
instrumento” (Purity of Worship, Presbyterian Church of East Austrália, 1968, p.11).
proclamar o ano novo; segundo, para anunciar o começo do sábado; terceiro,
para publicar a sentença de excomunhão; e, quarto, para proclamar o jejum.
Estes foram seus únicos usos. Não havia sacrifício para que eles tivessem que ser
tocados como no tabernáculo e no templo. E da natureza dos instrumentos é
claro que eles não poderiam ter acompanhado a voz no cântico. Eles eram
apenas de dois tipos – trombetas (tubal) e chifres de carneiros ou cornetas
(buccinae). Tinha mais uma observação, era muito fácil de ser tocado que até
uma criança poderia assoprá-lo. Além disso, eles eram, na maior parte do tempo
usados não só em conexão com os prédios da sinagoga, mas eram tocados nos
telhados das causas para que fossem escutados a distância”.97
Instrumento de música não foi introduzido no culto da sinagoga até o
século XIX.98 O argumento usado para introduzir música no culto da Sinagoga
pelos judeus apóia o ponto de vista que a utilização da música na adoração
pública na Bíblia é cerimonial. Os Judeus que trouxeram música para o culto da
Sinagoga argumentam que música era tocada durante o sacrifício no templo.
Porém, visto que o templo foi destruído (A.D. 70), Deus aceita as orações de Seu
povo como um sacrifício, como expiação. Portanto, na mente deles, música deve
está na casa de oração assim como acompanha o sacrifício de animais. Embora
este argumento seja não escriturístico e é fundamentado em mérito humano
como uma substituição para o sangue expiatório, pelo menos reconhece a
interligação entre a música instrumental e o culto sacrificial. Os Judeus mais
rigorosos (os ortodoxos) ainda não usam instrumentos musicais na adoração,
porque eles reconhecem que era restrito ao sistema templo-levítico de
adoração.
97 John L. Gerardeau, Instrumental Music in the Public Worship of the Church, p. 39-40
98 “Alguns cristãos direcionam a atenção para o fato de que em muitas sinagogas judaicas nestes dias,
instrumento musical acompanha o louvor congregacional. Nesta conecção as seguintes afirmações do Rabbi
R. Brasch de Sydney devem ser úteis. ‘Não há registros definitivos para a real introdução de instrumento
musical na sinagoga até 1810, quando templos Reformados na Alemanha introduziram-no pela primeira vez.
No mundo atual, sinagogas ortodoxas ainda se abstêm da musica instrumental... mas todo templo Liberal e
Reformado acompanha o cântico congregocional e o coral com um órgão. É tanto interessante quanto
informativo perceber que os instrumentos musicais foram primeiro usados nas sinagogas no começo de século
XIX, isto é, mais ou menos ao mesmo tempo em que eles (os instrumentos) começaram a ser introduzidos nas
igrejas protestantes”. [i. e., Presbiteriana] (M. C. Ramsay, Purity of Worship, p. 12)
O fato de que, o templo usou instrumentos musicais enquanto as sinagogas
não usaram, é significativo, pois as primeiras igrejas cristãs foram cópias
próximas da Sinagoga. “O Legado mais importante do primeiro século é que a
Sinagoga era a forma e organização da Igreja Apostólica”99.Na verdade, com o
grande número de judeus que eram salvos e batizados em Jerusalém nos dias
primitivos da Igreja, é provável que algumas Sinagogas tornaram-se Igreja
Cristã.100 “Portanto, não há surpresa em não encontrar instrumentos musicais na
adoração da Igreja primitiva Cristã. Certamente, não é demais dizer que o
testemunho para esta ‘rejeição de todos os instrumentos musicais é consistente
entre os pais’”.101 “Os cristãos primitivos seguiram o exemplo da Sinagoga.
Quando eles celebraram o louvor de Deus nos salmos, hinos e cânticos
espirituais, a melodia deles era fruto dos lábios”.102
INSTRUMENTOS MUSICAIS E OS SALMOS
A maioria das pessoas que argumentam para o uso de instrumentos
musicais no culto público hoje não usa passagens de Crônicas para justificar suas
práticas, mas ao invés disso, citam as referências de instrumentos musicais do
livro de Salmos.103 O problema com esta consideração é que os Salmos
99 W. White, Jr., The Zondervan Pictorial Encyclopedia of the Bible, vol. 5, p. 556. “O termo ‘sinagoga’ é
usado nos evangelhos mais de trinta vezes enquanto uma freqüência bem maior aparece em atos. É admitido
tanto na literatura Talmúdica quanto no N. T. que isto era uma liderança e realização válida de Judaísmo, não
importando se era em Jerusalém ou em Corínto” (ibid.). Entretanto, o começo da adoração na sinagoga é um
mistério encoberto, o fato de que Jesus Cristo e os apóstolos adoraram em várias sinagogas e até expuseram a
palavra, prova que Deus reconheceu sua legitimidade (i. e., tiveram sanção divina).
100 De acordo com o Talmude existiam 480 sinagogas em Jerusalém no tempo da destruição do segundo
templo (A.D. 70). Se mulheres e crianças são levadas em conta então havia provavelmente mais de 15.000
convertidos em Jerusalém dentro de poucas semanas depois do Pentecostes. Porém, muitos dos convertidos
em Jerusalém rapidamente seriam dispersos por uma severa perseguição dos Judeus aos Cristãos.
101 G. I. Willianson. Instrumental Worship in the Worship of God: Commanded or not commanded?, p. 11.
102 Robert B. McCracken, What About Musical Instruments in Worship? (Pittsburgh: Crown and Covenant
Publications, n.d.), região.
103 Por exemplo, Gordon H. Clark escreve: “Em uma ocasião eu fui a uma Igreja Pactuante (Covenanter) por
vários domingos. O auditório estava lotado. O louvor era vigoroso. A pregação era soberba. No final do
culto... a congregação bramiu com o Salmo 150. Era tudo novo para mim e eu quase não me conti de risos.
freqüentemente falam do culto de Jeová usando tipos cerimoniais. Os Salmos
falam da oferta de sacrifício (Sl. 20:3; 54:6; 107:22; 118:27), holocausto (Sl.
20:3; 50:8; 51:19; 66:13; 15), o altar (Sl. 26:6; 43:4; 51:19; 118:27), a casa de
Deus – o templo (Sl. 101:2; 122:1). Os Salmos falam de andar na casa de Deus (Sl.
101:2), de ir para a casa de Jeová (Sl. 122:1), de adorar por meio do templo de
Deus (Sl. 5:7;138:8) e indagar no templo de Deus (Sl. 27:4). Cristãos ortodoxos
não usam passagens dos Salmos que falam de sacrifícios e holocausto na igreja
como texto-prova para oferecer seus sacrifícios na igreja porque eles sabem de
outras porções da Escritura que estes deveres pertenciam ao sacerdócio levítico
e eram do sistema do templo cerimonial que foi cumprido e suplantado por
Cristo. Da mesma forma, claras passagens históricas da Escritura que fala da
utilização de instrumentos musicais no culto público ensinam que o uso deles era
cerimonial. 104 Portanto, as passagens do Salmo que falam de música em
adoração pública não justificam seu uso hoje. Pois se eles justificassem, então
as passagens que mencionam holocausto podiam ser utilizadas para colocar
sacrifícios cerimoniais no culto de hoje. “O argumento deles dos Salmos prova
por demais e, portanto, não tem valor algum.”105 Girardeau escreve: “ Se agora
Ler o Salmo 150 e comparar ou contrastar o que o Salmo ordena e o que os Pactuantes não faziam. Nada que
eu queira ridicularizar os Pactuantes: Bem que eu desejava que outras denominações fossem pelo menos
metade dos pactuantes, de tão bons que são” (Ephesians [Jefferson, MD: Trinity Foudation, 1985], pp. 181–
182). A declaração de Clark revela que ele não está muito familiarizado com os argumentos bíblicos contra o
uso de instrumentos musicais na adoração pública. O fato de que Gordon H. Clark, um Presbiteriano
conservador, um ministro ordenado e excelente erudito, não sabia os argumentos a respeito da música
instrumental no culto, mostra o declínio do Presbiterianismo conservador moderno na área da adoração
bíblica. Além disso, (como observado antes) as denominações que usam pianos, violão e órgãos, certamente
não estão obedecendo o Salmo 150, mesmo se fosse aplicado hoje, pois estes instrumentos modernos não são
mencionados nos Salmos.
104 “Nós podemos ir além e, não só admitir, mas afirmar que os termos ‘cantar’ e ‘cântico’ são termos que,
usados pelos Judeus e especialmente por Davi em inaugurar o serviço de louvor para o uso do templo,
incluem o serviço inteiro das trombetas, harpas, címbalos, saltérios e a voz. É a linguagem descrevendo o som
único – o levantar da trombeta, como a expressão simbólica da oração. Quando o Salmista diz: ‘louvai-o com
saltério’, ele quer dizer nada mais que o uso pessoal e literal do saltério, separando do seu caráter cerimonial,
do que quando diz ‘Eu sacrificarei’ quando quer dizer que vale oferecer sacrifícios separados do uso
cerimonial, ou de que ele mesmo queimaria incenso quando ele diz, ‘Eu oferecerei diante de ti holocausto de
gorduras com incenso’. Nós repetimos, que o sistema inteiro de alusões cerimoniais, incluindo seus aspectos
líricos, era necessariamente mesclado (misturado) com os Salmos e embutido neles (Salmos), como resultado
de terem sido empregados cerimonialmente”. (D. W. Collins, p. 65).
105 John L. Girardeau. Instrumental Music in the Public Worship of the Church, p. 77.
o argumento é plausível, o qual é derivado dos Salmos em apoiar o uso de
instrumentos no culto público da igreja cristã, então, igualmente justifica a
oferta de sacrifícios sangrentos neste culto. O absurdo da conseqüência refuta
completamente o argumento.”106 A única esperança deles seria provar por meio
do culto da sinagoga que instrumentos também tinham uma função cúltica
cerimonial ou achar autorização para instrumentos musicais no culto público no
Novo Testamento. O culto da sinagoga (como observado antes) não envolveu
nenhum instrumento musical. O Novo Testamento não autoriza a utilização de
instrumentos musicais na adoração pública cristã. 107 G. I. Williamson escreve:
“Os fundamentalistas falam em reconstruir o templo de Jerusalém e assim
consideram seriamente o fato de que o culto do Antigo Testamento era ordenado
por Deus. Se nós vamos reavivar o culto cerimonial, noutras palavras, então
vamos pelo menos ser cuidadosos em restaurá-lo exatamente como foi mandado.
Não vamos escolher e selecionar como desejamos. O fundamentalista está
errado, porém, em desejar uma restauração do que se passou é perfeitamente
coerente”.108
A porção da Escritura mais freqüentemente aludida como justificativa
para o uso de instrumentos musicais no culto público da Nova Aliança é o Salmo
150: “Louvai-o ao som de trombeta; louvai-o com saltério e com harpa. Louvai-o
com adufes e danças; louvai-o com instrumentos de corda e com flautas. Louvai-
106 Ibid., p. 78.
107 João Calvino também argumenta que a informação de instrumentos musicais no salmo refere-se a um uso
cerimonial. Seu comentário no Salmo 71:22 diz “Em falando do emprego do saltério e da harpa neste
exemplo, ele faz menção ao costume geral prevalecente daquela época. Para cantar louvores ao Senhor com
harpa e saltério inquestionavelmente formou-se uma parte do treinamento da lei e dos serviços de Deus
debaixo daquela dispensação para serem usados em ações-de-graça pública’ (Vol. 3, p.98). A respeito do
Salmo 92:3, Calvino diz: “ no [terceiro] verso, ele imediatamente direciona os levitas, os quais eram
apontados para o ofícios de cantores de música – não como se isso por si mesmo fosse necessário, apenas útil
como uma ajuda elementar para o povo de Deus nestes tempos antigos ... uma diferença deve ser observada a
este respeito entre o seu povo do Antigo e do Novo Testamento: pois agora que Cristo apareceu e a Igreja
alcançou o apogeu, se vamos apenas enterrar a luz do Evangelho, então deveríamos introduzir as sombras de
uma dispensação passada.”(Vol. 3, p. 494 – 495). Seu comentário no Salmo 149:3 concorda: “ Os
instrumentos musicais que ele menciona são para a infância da Igreja, nem devemos imitar tolamente uma
prática pela qual era intencionada penas para o povo ancestral de Deus” (Vol. 5, p. 312).
108 G. I. Williamson, Instrumental Worship in the Worship of God: Commanded or not Commanded? pp. 9-
10.
o com címbalos sonoros; louvai-o com címbalos retumbantes!” (Vs 3-5). Pessoas
que apelam para o Salmo 150, como uma justificativa para o uso de instrumentos
musicais no culto da Nova Aliança, violam vários procedimentos de padrão
interpretativo. Primeiro, o que este Salmo quer dizer a platéia judaica da Antiga
Aliança? Os Judeus utilizaram este Salmo e tantos outros como justificativa para
inaugurar instrumentos no culto da sinagoga? Não. Eles certamente não fizeram
isso. Sinagogas judaicas não usaram instrumentos musicais em louvor até 1810.
Segundo, esta Escritura pode ser apenas usada como justificativa para o
culto da Nova Aliança, se fosse isolada do resto da Bíblia. Escritura deve ser
utilizada para interpretar Escritura. O contexto amplo da Escritura ensina que:
dançar e tocar tamborim eram performances ao ar-livre durante ocasiões
festivas por mulheres (Ex. 15:20; Jz. 11:34; 21:21; 1 Sam. 18:6; 21:11; 29: 5;
Jer. 31:4); apenas sacerdotes eram autorizados para tocar trombetas no culto
(Num. 10:8, 10; 2 Cr. 5:11-14; 29:26; Ed. 3:10) e harpa, lira e címbalo foram
apenas autorizados para serem tocados pelos Levitas ( 1 Cr. 15:14-24, 23;5,
28:11-13, 19; 2 Cr. 5:11-14; 20:27-28; 29; 25-27; Ne. 12:27, etc.)109 Ignorar
completamente o ensinamento do Antigo Testamento a respeito do uso de
instrumentos na adoração quando se fala do Salmo 150 como texto-prova para
louvores da Nova Aliança é uma exegese malfeita e um método ilegítimo de usar
um texto-prova.
Terceiro, pessoas que utilizam desta passagem como autorização para
instrumentos musicais também ignoram o contexto imediato. Esta passagem é
para ser entendida literalmente? Ou é uma maneira poética de falar do povo de
Deus oferecendo louvores dedicatórios e com fervor por toda parte? Se alguém
entende esta passagem literalmente, então não só a faz se contradizer
109 Deve ser observado que o Antigo Testamento realmente utiliza tipos cerimoniais para descrever
profeticamente a adoração não-cerimonial espiritual na era da Nova Aliança: “Mas desde o nascente do sol
até o poente é grande entre as nações o meu nome; e em todo lugar lhe é queimado incenso e trazidas ofertas
puras, diz o Senhor dos Exércitos”. (Mal. 1:11) “Nos últimos dias acontecerá que o monte da casa do Senhor
será estabelecido no cume dos montes, e se elevará sobre os outeiros, e para ele afluirão todos os povos. Irão
muitas nações, e dirão: Vinde, e subamos ao monte do Senhor, e à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine
os seus caminhos, e andemos pelas suas veredas: porque de Sião sairá a lei, e a palavra do Senhor de
Jerusalém”, (Isa. 2:2-3). Estas passagens são mencionadas para desfazer a noção de alguns que o Salmo 150 é
uma profecia do culto “celebrativo” que será disseminado no mundo inteiro na era da Nova Aliança.
abertamente com o resto do ensinamento do Velho Testamento a respeito do uso
de instrumentos musicais na adoração, mas também ensina que todo crente deve
tocar instrumentos musicais durante o culto (uma noção absurda). Além disso,
ensinaria que criaturas pagãs e brutas também devem adorar Jeová. A respeito
do Salmo 150:3, Calvino escreve: “Eu não insisto nas palavras em hebraico os
quais conceituam os instrumentos musicais [em outras palavras, eles podem
apenas ser metáforas poéticas exortando os crentes a um louvor maior]; apenas
deixa o leitor lembrar que tipologias variadas e diferentes são aqui mencionados,
os quais foram utilizadas debaixo da economia legal, para mais enfaticamente
ensinar as crianças de Deus que elas não podem por elas mesmas acharem-se
muito diligentes no louvor a Deus”.110
Sabendo que o Salmo 150 incorpora a instrumentalização do templo, o
tocar de tamborins e danças de celebrações de vitórias assim como instrumentos
apenas usados em ocasiões seculares (e.g., V. 4: “instrumentos de corda”
[minnim] e “flautas’ [‘ugabh]); junto com a exortação de que todo ser que
respira louve a Jeová, deveria ser, portanto, óbvio que este Salmo não era para
ser utilizado como um guia de instrução legal para o culto público. Salmo 150 é
uma exortação expressada em linguagem poética, ensinando que todos no céu e
na terra devem louvar a Jeová com cada fibra de seu ser. (Além do mais, como
observado antes, os Judeus da antiga dispensação não consideraram o Salmo 150
como autorização para a utilização de instrumentos no culto público fora do
templo).
Aqueles que buscam autorização para instrumentos musicais no Salmo 150
devem também prestar atenção na palavra santuário no verso um: “Louvai a
Deus no seu santuário”. Se alguém vai usar o Salmo 150 como prova para a
utilização de instrumentos musicais no culto público da Nova Aliança, então este
alguém tem obrigação de usar todos os instrumentos específicos ordenados e
deve também fazer a dança litúrgica. Pastores Presbiterianos, que apelam para
este Salmo como autorização, não podem (de acordo com o modo literal de usá-
110 João Calvino, Commentary on the Psalms, 5:320
lo) proibir de tocar tambores (tamborim) e danças nos corredores durante a
adoração.
Um ponto de vista bíblico do Salmo 150 é mais prontamente encontrado
nos comentários Presbiterianos e Reformados mais antigos: O Pactuante David
Dickson escreve sobre os versos 3 e 5: “Aqui estão outras seis exortações,
ensinando a maneira de louvar a Deus sob a sombra da música tipológica,
apontada na lei cerimonial. De onde aprende: 1. Embora as cerimônias típicas de
instrumentos musicais no culto público de Deus pertencem a pedagogia da
igreja, em sua minoria antes de Cristo, são agora abolidas com o resto das
cerimônias, mas os deveres morais encobertos por elas (cerimônias) são ainda
para serem estudados, porque este dever de louvar a Deus e exaltá-lo com toda
a nossa mente, força e alma, é moral, pela qual nós somos perpetuamente
obrigados”.111
Matthew Henry escreve: “De que maneira este atributo deve ser pago?
Com todos os tipos de instrumentos musicais que foram então usados no serviço
do templo, v. 3-5... Nossa preocupação é saber... que, vários instrumentos
sendo usados em louvor a Deus devem ser feitos com harmonia exata e perfeita;
eles não devem impedir uns aos outros, mas ajudar uns aos outros. A
preocupação do Novo Testamento, ao invés disso, é com a mente e lábios para
glorificar a Deus (Rom. 15:6)... Ele começou com um chamado a aqueles que
tinham um lugar em Seu santuário e eram utilizados no serviço; mas ele conclui
com um chamado a todos os filhos dos homens, em perspectiva ao tempo quando
os gentios deveriam ser levados a igreja, e em todo lugar, assim como era
aceitável em Jerusalém, este incenso deveria ser oferecido, Mal. 1:2.”112
O erudito Batista Reformado John Gill escreve: “Louvai-o com saltério, os
quais as músicas eram cantadas. E com harpas, que eram instrumentos. Ambos
eram usados no culto divino debaixo de antiga dispensação; e pelo qual Davi era
bem habilidoso e deleitado, apontou pessoas próprias para louvar com ele
111 David Dickson, The Psalms (Carlisle, PA: Banner of Truth Trust, 1959 [1653 – 5]) 2:536.
112 Matthew Henry, Commentary on the Whole Bible (McLean, VA: MacDonald, N.D. [1710]) 3: 788 – 789.
(instrumento), 1 Cr: 15: 20, 21. Eles eram tipologias da melodia espiritual feita
nos corações do povo de Deus, enquanto eles estavam louvando-O nos Salmos,
hinos e cânticos espirituais, sob o Evangelho, Efésios 5:19.”113
O Novo Testamento e os Instrumentos Musicais
Até então tem sido observado que a utilização de instrumentos musicais
na adoração pública do Antigo Pacto foi levítico e cerimonial. Estava
intimamente conectado com o tabernáculo e o templo. Também foi visto que o
culto público que acontecia semanalmente na sinagoga judaica ocorreu sem
acompanhamento musical. Os judeus até tempos modernos consideravam o uso
de instrumentos musicais pertencendo somente ao culto do templo. Sabendo que
a Bíblia ensina explicitamente que cada elemento do culto deve ter uma sanção
divina, aqueles que utilizam instrumentos musicais na adoração pública devem
encontrar uma sanção no Novo testamento. O Novo Testamento autoriza
instrumentos musicais no culto público? Não. Não há nenhum vestígio de
evidência no Novo Testamento para o uso de instrumentos musicais.114 A
utilização deles não é ordenada e nem mesmo existe um exemplo histórico do
uso deles na igreja apostólica. Isto não deve ser nenhuma surpresa, dada a
realidade de que a igreja da Nova Aliança era um padrão íntimo da sinagoga, o
113 John Gill. Exposition of the Old Testament (Streamwood, IL: Primitive Baptist Library, 1979 [1910]
4:327).
114 “Para considerar o silêncio do Novo Testamento a respeito do uso de instrumentos no culto, nós achamos
claramente que eles (instrumentos) eram apontados para o templo como um acompanhamento do sacrifício;
que com isto eles (sacrifício e instrumentos) eram conectados e por isso cessaram; na verdade, quando ‘o
tabernáculo de Davi’ caiu [Amós 9:11; :Isa. 16:5; Atos 15:15-17, etc], a indicação davídica dos levitas caiu
com ele (tabernáculo de Davi). Em represária, tentativas são feitas para mostrar que este serviço instrumental
tem um lugar na sinagoga. Mas isto envolve uma dificuldade imensa – pois como a sinagoga proporciona a
plataforma geral da ordem eclesiástica na igreja cristã, se instrumentos pertenceram a sinagoga, eles devem
ter tido o lugar deles na igreja cristã. Mas isto não está de acordo com o fato de que a igreja apostólica não os
usou, nem a igreja pós-apostólica por vários séculos. Pois o uso de instrumentos musicais na sinagoga tem
uma evidencia que é muito evanescente – é com certeza sem nenhuma utilização de instrumentos. É certo que
o Novo Testamento oferece nenhum uso de instrumentos”. (James Glasgow, Heart and Voices: Instrumental
Music in Christian Worship Not Divinely Authorized. [Belfast: C. Aithchison; J. Cleeland, N. D.], p. 12).
qual não usou instrumentos musicais, e a impressionante evidência do Velho
Testamento que música instrumental serviu como tipos cerimoniais.
Embora o Novo Testamento não autorize a utilização de instrumentos
musicais na adoração pública, não se silencia a respeito do culto de Deus. O
autor aos Hebreus diz: “Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre,
sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome” (13:15).
“Sacrifícios de animais foi vertido como obsoleto pelo sacrifício de Cristo, mas o
sacrifício de ações-de-graças pode ser oferecido a ele por todos que apreciam o
perfeito sacrifício de Cristo. Não mais em associação com o sacrifício de animais,
mas através de Jesus. O sacrifício de louvor era aceitável a Deus”.115 Visto que
cristãos louvam a Deus por meio de Cristo e pelo seu perfeito sacrifício e não por
tipos cerimoniais (e.g., incenso, velas, instrumentos musicais), ele deve falar
“entre vós com salmos, entoando e louvando (fazer melodia) de coração ao
Senhor, com hinos e cânticos espirituais” (Ef. 5:19). “A palavra grega para ‘fazer
música’ (louvando) é psallo, que significa originalmente ‘dedilhar as cordas de
um instrumento’. Isto dá uma figura linda de como um louvor verdadeiro e
aceitável a Deus realmente é. Desde que a palavra psallo não pode ser separada
da palavra ‘coração’, literalmente significa ‘dedilhar as cordas de seu coração
ao Senhor’. Quando a música do coração é expressa por meio de lábios que
confessam o nome do Senhor, não há necessidade para apoiar instrumentos”.116
“Os ritos levíticos exigiram do povo terreno de Deus a providência material de
oferta: mas os ‘sacrifícios’ de cristãos são totalmente espirituais no seu
caráter”.117 D. W. Collins escreve:
“Pode ser apropriado lembrar o leitor que o apóstolo mostrou aos hebreus que o
sistema cerimonial deles tinha acabado, e que ele incidentalmente refere-se no
nono verso aos sacrifícios oferecidos no altar, e afirma no décimo verso que nós
temos um altar na presente dispensação da qual eles não têm direito de
participar, que adere a dispensação cerimonial. Assim como os corpos de animais,
115 F.F. Bruce, The Epistle to the Hebrews (Grand Rapids: Eerdmans, 1964), p. 405.
116 Robert B. McCracken, What about Musical Instruments in Worship?.
117 Arthur W. Pink. An Exposition of Hebrews (Grand Rapids: Baker, 1954), p. 1217.
pelos quais o sangue era usado no santuário ou templo, foram queimados sem o
campo, da mesma forma Cristo sofreu sem o portão – virou Suas costas para o
serviço cerimonial, como não mais vantajoso. Os hebreus são, portanto, exortados
a seguirem-No esquecendo a Jerusalém literal, com todas as suas associações
cerimoniais – ir em frente sem o campo, agüentando Sua admoestação. Sem
dúvida de que esta admoestação, na experiência de um Hebreu, seria seu
abandono do ritual, o qual era orgulho dos Judeus e aceitar o culto simples do
evangelho, o qual distinguia os seguidores de Jesus”.118
Todos os tipos do templo (a queima contínua de incenso, o sacrifício de
animais, o tocar de instrumentos musicais durantes o sacrifício, etc.) foram
renunciados pela realidade – Cristo. Portanto, cristãos oram e louvam sem o
incenso e sem instrumentos musicais, mas com os lábios apenas.
A glória do templo com sua exibição visível e magnificência audível sem
dúvida alguma estimulou os sentidos e a reverência inspirada, mas agora que
Cristo veio e instituiu ordenanças no Novo Testamento, nosso foco é para ser
inteiramente Nele – a realidade. O simples culto não adornado da era do
Evangelho nos trás a presença do templo maior – Jesus Cristo – quando nós
cantamos cânticos divinos, ouve a palavra de Deus, escuta a pregação e
alimentasse espiritualmente do Corpo de Cristo. Colocar sombras, incenso,
instrumentos musicais, vestimentas, altares, etc., dentro do culto da Nova
Aliança meramente serve para esconder Cristo e Sua glória debaixo de
externalidades obsoletas. “Fazendo assim, seria uma grave desonra para com o
Senhor Jesus, pois indicaria uma maior apreciação dos tipos do que o arquétipo
glorioso, o próprio Salvador”.119
Alguns crentes têm tentado encontrar sanção divina para o uso de
instrumentos musicais no livro de Apocalipse. O livre realmente menciona a
utilização de harpas (Ap. 5:8; 15:2) no céu. O problema com esta consideração é
que Apocalipse freqüentemente usa tipos do Antigo Testamento e símbolo para
representar dramaticamente realidades da Nova Aliança. João continuamente
refere-se a Jesus Cristo como “o cordeiro” (Ap. 5:6, 8, 12-13; 6:1, 16;7:9-10;
118 D. W. Collins, Musical Instrumental in Divine Worship, p. 77.
119 M. C. Ramsay. Purity of Worship. p. 13
12:11; 13:8;14:1, 4, 10, etc.). Ele refere-se a igreja como “o templo” (3:12; 11:
1-2) e a “Nova Aliança” (3:12; 21: 2, 10). João menciona a “arca de Sua aliança”
(11:19) e até descreve um altar (6:9; 8:3, 5; 9:13; 11:1; 14:18; 16:7). Está João
falando de um altar literal? Não. Philip Hughes escreve: “Além do mais, quando
ele diz que ele os viu debaixo do altar, isto não deve ser entendido que existe
um altar literal no âmbito celestial. O altar de sacrifício no sistema Mosaico, com
seu sacerdote e ofertas, direciona tipologicamente ao altar da cruz, onde Cristo,
tanto Sumo-sacerdote quanto Vítima, se ofereceu por nós pecadores”.120 O livro
de Apocalipse menciona incenso (8:4), mas João especificamente diz que o
incenso é o símbolo das orações dos santos. João fala do uso de trombetas (1:10;
4:1; 8:13; 9:14), mas em cada exemplo as trombetas simbolizam vozes ou
proclamação de julgamento. “João não ouve uma trombeta literal, mas o som de
uma voz comparada ao som da trombeta (4:1). De forma similar, a música que
João ouviu (14:2, texto grego) não era o som da harpa. Era o som da voz humana
comparada com os tocadores de harpas dedilhando o tal instrumento de
corda”.121 Como o incenso representou a oração do povo de Deus, as harpas
representaram o louvor dos santos. “O emprego destes símbolos cerimoniais –
entendidos, como eles são, de um sistema ab-rogado – adiante confirma o fato de
que eles não faziam parte da adoração do Novo Testamento”.122 Portanto, o livro
de Apocalipse não mais autoriza o uso de instrumentos musicais no culto público
do que autoriza incenso, altares, trombetas ou templos de sacrifícios. Não se
pode aceitar arbitrariamente um sem aceitar também o outro. O papado está
pelo menos consistente em aceitar todas as tipologias.
120 Philip Edgcumbe Hughes, The Book of the Revelation (Grand Rapids:Eerdmans, 1990), p. 88.
121 G. I. Williamson, Instrumental Music in the Worship of God, p. 10.
122 Ibid. , p. 10.
Conclusão
Um exame da lei escriturística de Deus do culto e do uso de instrumentos
musicais na adoração pública na Bíblia pode-se chegar a apenas uma conclusão. A
utilização de instrumentos musicais no culto público de Deus na era da Nova
Aliança não possui autorização bíblica e não é escriturística. A evidência bíblica
de que o uso de instrumentos musicais na adoração pública era levítica,
cerimonial e tipológica é clara como o cristal e esmagadora. É uma tragédia que
muitos cristãos pensem que estão adorando a Deus aceitavelmente quando eles
estão engajados em práticas cúlticas que não são designações divinas, os quais,
portanto, não podem agradar Jeová. “Não há nada que Deus, em sua palavra
abençoada, defenda com mais zelo do que seu culto, como vimos também não há
nada que Ele repreende com mais severidade do que presunção impenitente do
homem em determinar forma de adoração para ele próprio”.123
Esta conclusão não será aceita por muitos ciclos reformados hoje. Para tais
pessoas nós pedimos: por favor, produza autorização divina para o uso de
instrumentos musicais na adoração pública, mostre-nos apenas uma ordenança ou
exemplo histórico que não seja cerimonial e tipológico. Nós não estamos sendo
preconceituosos contra instrumentos musicais e o uso dele na hora apropriada;
nós simplesmente não encontramos um vestígio de evidência bíblica de que são
para serem usados no culto público da Nova Aliança.
Alguns simplesmente vão arrancar umas poucas referências sobre
instrumentos musicais dos Salmos fora dos seus contextos bíblicos e históricos
como um pretexto, porém a maioria atacarão a lei escriturística do próprio culto.
Ou eles irão abertamente abandoná-lo, relegando-o a uma antiga dispensação124,
123 Thomas E. Peek. Miscellanies (Richmond, VA: The Prebyterian Committee of Publication, 1895), Vol. 1,
pp. 68-69.
124 Douglas Wilson (em Credenda/Agenda) tem argumentado que o princípio regulador aplica-se apenas para
o templo e, portanto, não tem de forma alguma importância no culto cristão. Contudo, tal argumento
completamente ignora o testamento escriturístico a respeito de ambos Velho e Novo culto da Aliança. A
afirmação mais clara na Escritura do princípio regulador (Deut. 12:32) é uma ordem muito ampla e não é de
maneira nenhuma restrita ao tabernáculo. Além disso, está obvio das muitas passagens discutidas neste livro
que o princípio regulador foi aplicado a situações que nada tinham haver com o tabernáculo ou templo (e.g.,
ou eles simplesmente vão redefini-lo, subjulgando-o virtualmente como
desnecessário para apoiar a autonomia humana e a inovação no culto. Este
ataque é uma má distorção das Escrituras, porém lógico para aqueles
apaixonados por tradições humanas. Por quê? Porque o princípio regulador
(biblicamente entendido) é o fundamento do culto reformado verdadeiro e
Presbiteriano. Abandona-lo ou redefini-lo, levará a um declínio inevitável. Por
quê? Porque todo homem, até os regenerados, são pecadores os quais se
deixados por eles mesmos, eventualmente, poluirão e corromperão o culto de
Deus. A história de Israel e da igreja cristã prova esta afirmação. “A grande lição
ensinada pela história do culto-imagem e a reverência de relíquias é a
importância de aderir a Palavra de Deus como a única regra de nossa fé e
prática, recebendo nada como religião verdadeira, a não ser o que a Bíblia
ensina, e admitindo nada na adoração divina que as Escrituras não sancionam
nem ordenam”.125
Outros que objetam a tese deste livro reivindicam que o uso de
instrumentos musicais na adoração pública é uma questão adiafórica – ou seja, é
apenas uma mera “circunstância de adoração comum às ações humanas e
sociedade”.126 Tal afirmação ignora o Velho Testamento inteiro que é claramente
estabelecido que o uso de instrumentos musicais no culto era por autoridade
Gen. 4:3-5; Jer 7:31; 19:5; 1Reis 12: 26-33; Mt. 15:1-3; Col. 2:20-33). Jesus aplicou o princípio regulador nos
Fariseus por adicionar um ritual de limpeza a lei de Deus o qual foi feito em casa e nada tinha a ver com o
templo (Mat. 15:1-3). O apóstolo Paulo acreditou em uma validade permanente do princípio regulador de
Deus e até o aplicou explicitamente a igreja de Colossos (Col. 2:20-33). Os judeus que retornaram da
Babilônia acreditaram que o princípio regulador era para ser aplicado além do templo de adoração, pois eles
aplicaram especificamente no culto da sinagoga. Pastores e eruditos que advogam instrumentos musicais no
culto público, dias santos extrabíblicos (e.g., Natal) e hinos não-inspirados se encontram em posição precária
para ter que defender o que é escrituristicamente indefensável. O resultado é de eruditos brilhantes
empenhados em exegeses falhas, raciocínios falaciosos e apelações para o sentimentalismo.
125 Charles Hodge. Systematic Theology (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1973), Vol. 3, p.3. “ É feita a
pergunta: Como isto exige da vida espiritual ser manifestada em relação ao culto de Deus? A história
inspirada e não-inspirada fornecem apenas uma resposta – pelo descontentamento e inércia à simplicidade da
exigência divina na adoração”. (D. W. Collins, p. 93).
126 Muitos argumentam que instrumentos musicais são uma necessidade prática, como luz, cadeiras, prédio da
igreja e assim por diante. Este argumento ignora o fato de que as sinagogas Judaicas viveram sem
instrumentos musicais por mais de dois mil anos. Congregações cristãs se deram bem sem eles por mais de
250 anos. Ainda existe um número pequeno de igrejas Presbiterianas que não os usam. Além disso, se
instrumentos eram apenas uma questão de necessidade prática, o uso deles no culto não teria tido que esperar
por uma autorização divina.
divina. A utilização de instrumentos musicais, seus projetos e as várias famílias
levíticas que tocaram todos eles foram determinações de ordem expressa. Este
fato é inquestionável. Porém, ainda é argumentado: não poderia o uso de
instrumentos ser mandato divino para o templo e ser adiafórico para o culto
público da sinagoga e das assembléias cristãs? Não. O princípio regulador nunca
foi limitado ao templo (cf. rodapé 124). Além disso, algo incidental para o culto
por natureza é incidental ou adiafórico em todas as circunstâncias. O fato de que
os Judeus em tempo bíblico (certamente até 1810) consideraram instrumentos
musicais como uma necessidade de sanção divina para a sinagoga deve acabar
com o argumento música-como-circunstância. “Se, como alguns imaginam, os
apóstolos empregaram instrumentos de música no culto público, seus
instrumentos devem ter sido enterrados com eles. Eles (instrumentos) tiveram
um considerável sepultamento prolongado, pois eles não tiveram ressurreição até
pelo menos sete ou oito séculos depois. Ele não reaparecerem na adoração cristã
até a era negra do Papado quando, por adição não autorizada para o culto da
igreja, homens danificaram a beleza divina e a simplicidade do culto puro do
Novo Testamento”.127
Infelizmente, no final das contas, nós estamos vivendo em um tempo de
sério declínio a respeito do culto e doutrina. Muitas pessoas não estão
interessadas em reforma. Muitos líderes estão satisfeitos em defender o status
quo. (Mas, uma igreja não-reformada é deformada). Quando os confrontamos
com a evidência bíblica a respeito do uso de instrumentos musicais no culto
público (também, dias santos não-autorizados e salmodia exclusiva) a resposta
geralmente é: “Eu não quero nem ouvir. Quem se importa com isso? É
interessante, mas eu amo o som da música dos instrumentos no culto. Esta
questão pode ser divisionista, portanto esquece”. Estas respostas revelam uma
atitude não escriturística e anti-reformada. “Não está evidente – evidencia
dolorosa – de que são realmente palavras arrogantes? ‘Quem se incomoda com o
127 James Glasgow. Heart and Voice, p. 9.
que Deus quer’, tais pessoas na verdade dizem: ‘Conquanto eu tenha o que
quero! Eu sou o importante!’ isto é a antítese da verdadeira religião”.128
Tradições humanas têm a habilidade de puxar os “cordões do coração”. É
por isso que eles são tão perigosos para a pureza do culto evangélico. Nossa
esperança e oração é que o Espírito Santo traga reavivamento para Sua Igreja e
destrua estas inovações, raízes e ramos. Não é tempo para ser arrogante, mas
para ser humilde, orar e labutar por reforma. Vamos retornar ao simples, nãoadornado
culto da igreja apostólica e dos nossos pais calvinistas. Que Deus tenha
misericórdia da Sua Igreja e traga de volta as marcas da Reforma.
128 G. I. Williamson, Instrumental Music in the Worship of God, p. 15.
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